domingo, 29 de outubro de 2006

continuemos...

Parabéns Lula! Parabéns Ana Júlia! Parabéns Eduardo! Parabéns Vilma! Parabéns Sérgio! Parabéns Roberto! Parabéns Jackson! Parabéns Seu João, Dona Zefinha, Dona Maria, seu vizinho, esse Menino, o Antônio da Dona Sônia, a Clementina do andar de cima, o Seu Pereira da padaria, o Carlos da borracharia, a Severina do salão de beleza... Parabéns! Parabéns a todos que estavam do lado contrário às forças mais conservadoras. Por isso, independente do resultado da eleição, parabéns Olívio!!! A luta continua...

estrela lá





Olha aí, olha aí!
Que beleza de estrela!
Ai! Como eu tô ansiosa!

sábado, 28 de outubro de 2006

eleições - tá chegando a hora!

Queridos e queridas,

Ta chegando a hora! Então desejo a vocês um feliz domingo e que Lula consiga a reeleição. Por todos nós: brasileiros e brasileiras, latinamericanos, negros, índios, mestiços, brancos, feministas, gays, meninos e meninas de rua,donas-de-casa, putas, loucos, hippies, punks, grafiteiros, trabalhadores, desempregados, favelados, sem-terra, sem-teto, anarquistas, socialistas, comunistas e quem mais sonhar com um Brasil melhor, com um Mundo melhor, mais sensível., mais democrático. Onde a mercadoria NÃO prevaleça sobre os valores humanos. Porque acreditamos que um Outro Mundo é Possível.

Grande abraço!

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

dois pensamentos

Nem tudo que tem significado é racional

*********

ame-o ou deixe-o.
retificando
ame-o(a), deixe-o(a) livre.

haicai pra Lula


Num certo domingo,
uma festa popular.
Estrela vermelha brilha.

poesia russa

litografia de Khlebnikov por Maiakóvski(1913)
Hoje de novo sigo a senda
Para a vida, o varejo, a venda,
E guio as hostes da poesia
Contra a maré da mercancia.
1914
Velimir Khlebnikov
(Tradução:
Augusto de Campos)

eleições - poesia

UM POEMA É UM POEMA É UM SONHO
Moacy Cirne in
Balaio Vermelho

uma esperança não se constrói
da noite para o dia
nem se faz fácil
como o sorriso de uma criança
morena negra loura ou azul
verde ruiva ou mangaba
assim sendo assim sim
ainda é possível
sonhar com o sonho
mais uma vez
mais uma vez
é possível sonhar
com um brasil nosso sonho
nossa dor nossa luta
e de sonho em sonho
sonhar com a poesia
sonhar com a alegria
sonhar sonhar para espantar
para bem longe longe longe
o medo dos atormentados
o medo dos desesperados
o medo dos destemperados
assim sim assim sendo
sonhar sonhar sonhar
com acari caicó e jardim do seridó
fortaleza recife olinda e ouro preto
joão pessoa currais novos e porto alegre
natal rio de janeiro e belo horizonte
a aurora que se faz
bela chama bela flama
cantos e cantorias
glórias e alegorias
assim mais assim
menos e mais
sonhar como nunca
se sonhou antes
em outros carnavais
em outros temporais
em outros brasis
um brasil-operário que te quero
13 vezes 13 vezes 13
o país dos mil desejos
anseios naviloucas
e uma esperança:
a esperança de um brasil
mais brasileiro
mais justo
mais povão
sem perder a ternura jamais
nas palavras de um revolucionário
latino-americano latino-africano
latino-ameríndio negro e branco
como um brasil de todos os sonhos
e de todas as luas e lutas
sem perder a ternura jamais
sem perder a ternura jamais

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

maracatu, suor e carnaval!!!

Salve! Companheiros e Companheiras!

Hoje o meu dia foi cheio. Pela manhã: responsabilidades. À tarde e à noite: FESTA! Festa de rua, carnaval, o melhor carnaval do mundo: PASSEATA PRÓ-LULA LÁ E EDUARDO CÁ.

Gente foi lindo! Lula não veio mas nem precisava, aqui em Pernambuco ele tem mais de 70% da intenção de votos. E estima-se que a passeata tivesse mais de 70 mil pessoas. Foi o próprio GALO DA MADRUGADA. Carnaval fora de época. Lindo, lindo! Reencontrei amigos que não via há um tempão. Ah, e a diversidade! Nossa! Teve uma hora que eu tava entre as pessoas simples e humildes do MST, com suas bandeiras e seu líder, Jaime Amorim (o nosso João Pedro Stédile) e o lençol de arco-íris coloridíssimo do Movimento Gay Leões do Norte. É maravilhoso isso! Fora a diversidade musical. Frevo de bloco, frevo de rua, maracatu, ciranda... Ariano Suassuna no carro aberto juntamente com Eduardo Campos, João Paulo (nosso querido prefeito do PT), Humberto Costa e diversos deputados estaduais e federais eleitos. Também teve a já tradicional chuva de papel picado e bolas de encher que o pessoal dos edifícios da Av. Conde da Boa Vista soltam em todas as passeatas do PT. Por fim os discursos no palanque montado na pátio da Igreja Nossa Senhora do Carmo. Depois fui para um bar do Pátio de São Pedro e reencontrei os amigos perdidos durante a passeata.

Um dia inesquecível, como muitos outros que ainda virão.

Aquele abraço!!! E beijos beijos beijos muitos beijos de felicidade e confiança que domingo só vai dar vermelho. E então faremos um outro carnaval!!!
sandrinha.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

zen


cautela

quando tudo vai mal:
muita cautela
quando tudo vai bem:
muita cautela


Esse aí é Basho (1644-1694) mas o pensamento zen é da Menina aqui. Qualquer dia desses faço um haicai. Mas acho dificílimo.
OoooM...

eleição - emoção e razão e...

Nossa, nem sei por onde começar. São tantas emoções... Mas eu realmente gostaria de entender quando alguém (geralmente gente da direita) critica o voto com emoção. Já viu votar sem emoção? É, sei que tem mas acho que essas pessoas não sabem viver. Como não votar com paixão, emoção, devoção. O meu voto é devoto.

Tem neguinho que acha que emoção é pra artista, pra músico, pra poeta. E que política se situa no território da razão, só e somente só razão. É verdade que emoção e razão são opostos mas isso não significa que sejam inconciliáveis. Muito pelo contrário, um pode alimentar o outro. A razão ilumina a emoção. E a emoção aquece a razão. Luz e calor por acaso são opostos?

Não precisa ser isto ou aquilo. O bacana é isto e aquilo. O legal é somar e não excluir. Mas parece que a idéia de exclusão está tão enraigada em nossa sociedade conservadora...

Posso ser isto e aquilo. Podemos ser múltiplos. Vamos festejar a multiplicidade! Vamos brindar a diversidade! O PT tem, sempre teve essa diversidade, essa multiplicidade de orientações. Porque é um partido verdadeiramente democrático. Enquanto que o outro lado, o lado mau da força, o lado Darth Vader (lembram de Guerra nas Estrelas?) é conservador e fechado, não sabe nada sobre “razão e sensibilidade”.

Mas eu queria também falar sobre essa coisa do carisma do Lula. Porque o povão adooora ele. É como se ele, Lula, fosse um espelho. “Me vejo no que vejo.... sou a criatura do que vejo” (Octavio Paz). Lula é a cara do povo. E isso faz bem a auto-estima. Porque ele, o povo, sente que tem alguém ali, na presidência, que compreende o que ele sente, o que mais precisa. Onde há carência e miséria, há idolatria, há emoção, há paixão, há devoção. Voto do povo, voto devoto. Então deixa a gente votar com emoção. Faz bem à saúde, aquece a alma.

Há de haver razão mas sem perder a emoção jamais. Um certo revolucionário poderia ter dito essa frase.

domingo, 22 de outubro de 2006

eleições

Iniciativa da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, este vem a ser mais um manifesto de apoio à reeleição de Lula. Assinado por cerca de 1200 mulheres, entre lideranças de movimentos populares, donas de casa, profissionais liberais, movimento de mulheres e intelectuais.
Ei-lo, na íntegra.

Mulheres com Lula por um Brasil soberano, justo e igualitário
Nós mulheres de todas as raças, etnias, profissões, credos, convicções políticas, orientações sexuais e classes de renda,

Estamos com Lula neste segundo turno da eleição de 2006 porque seu governo vem cumprindo os compromissos de formulação e implementação de políticas públicas e programas voltados para as mulheres, buscando corrigir injustiças sociais que atingem em especial as mulheres pobres, negras e indígenas,

Estamos com Lula porque no seu governo houve determinação política para o fortalecimento dos espaços de elaboração e monitoramento de políticas para as mulheres, com a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a ativa participação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e a Realização da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, com a participação de cerca de 120 000 mulheres em todo país,

Estamos com Lula porque em seu governo reivindicações históricas dos movimentos sociais, como o acesso à documentação civil para trabalhadoras rurais, foram transformadas em políticas públicas,

Estamos com Lula porque sabemos que é preciso coragem, ousadia e determinação política para aprofundar as mudanças já iniciadas neste governo e que rompem com a lógica das discriminações de gênero e raça,

Estamos com Lula porque em seu governo a violência contra a mulher em todas as suas dimensões, incluindo a exploração sexual de mulheres e meninas e o tráfico de pessoas, foi assumida como questão prioritária, através de políticas nacionais,

Estamos com Lula porque o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher agora tem uma Lei; a Lei Maria da Penha,

Estamos com Lula por uma educação inclusiva e não sexista, pela aprovação e implementação do Fundeb e pelo aprofundamento das ações afirmativas já iniciadas,

Estamos com Lula pelo aperfeiçoamento do SUS, por uma atenção integral á saúde das mulheres, pela ampliação do acesso aos serviços de saúde e pela plena implementação da Política Nacional de Direitos Sexuais e Reprodutivos e de Atenção Oncológica iniciadas neste governo,

Estamos com Lula pela reforma agrária e porque em seu governo garantiu-se efetivamente o maior acesso a terra e ao crédito específico para as mulheres do campo,

Estamos com Lula por mais empregos, pela melhoria da renda das mulheres e pela correção das distorções históricas que as discriminam no mercado de trabalho,

Estamos com Lula pela manutenção dos direitos trabalhistas conquistados por trabalhadores e trabalhadoras no campo e nas cidades e porque é necessário seguir incentivando a formalização do trabalho doméstico, reconhecendo os direitos e a dignidade da maior categoria profissional feminina do país - as empregadas domésticas,

Estamos com Lula por moradias dignas em cidades seguras para as mulheres e suas famílias,

Estamos com Lula por uma previdência social justa com a trajetória de vida das mulheres,

Estamos com Lula por um desenvolvimento econômico sustentável e socialmente referenciado,

Estamos com Lula pela eliminação de todas as formas de discriminação, preconceito, racismo e porque queremos ser protagonistas das mudanças que farão deste país uma Nação mais justa, igualitária, livre da pobreza e de todas as formas de intolerância que violam a dignidade dos seres humanos – mulheres e homens.

Assinado por:
Arquitetas;
SOS Corpo- Instituto Feminista para a Democracia;
Jornalistas;
Rede feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos Rio;
Donas de casa;
CMB -Confederação das Mulheres do Brasil;
Médicas;
Sindicato Costureiras ABC;
Estudantes;
Centro das Mulheres do Cabo/PE;
Atrizes;
UBM- Curitiba/PR
... continua: a luta.

Novas adesões podem ser feitas no : mulherescomlula@globo.com

El Subcomandante Jesus

Creio que esse daí também seria valioso numa revolução socialista (ou anarquista?). Não sou cristã não. Mas acho que ele foi um bom rapaz.


"Un espejo somos"
Pintura de Cecilia Martínez (México)

grelo falante


Ela tinha um grelo falante, a Rosa. É, ela tinha um grelo falante. É verdade, cara.
A Rosa tinha um grelo falante e quanto mais ela mexia no grelo mais ele falava, crescia, inchava e ficava mais vermelhinho. Quem já trepou com a Rosa sabe disso. Pode perguntar. Ela tinha um grelo falante, sim. E toda noite ela se deitava na cama, abria as pernas e começava a brincar com o grelo. Grelo doido, sem grilo. Grelo sem pudores, cheio de odores amores. E a Rosa umedecia ele: colocava o dedo médio na boca, molhava de saliva, resvalava a mão até o grelo e começava a friccioná-lo. O grelo ficava animadíssimo e começava a falar: vai Rosa, faz assim, faz assado...

Ô grelo danado, fogoso. E a Rosa não tinha o menor controle sobre aquele “bichinho”. E graças a ele a Rosa tinha orgasmos, espasmos deliciosos. O bacana é que o grelo ajudava os amantes da Rosa a descobrirem o ponto e o ritmo certo para a moça ficar bem excitada e molhada. Dizia para eles lamberem assim, para eles massagearem assado. Era uma coisa fantástica! Sorte dessa moça ter um grelo como auxiliar de gozo. Mas um dia a Rosa arrumou um namorado eloqüente pra dedéu e o grelo ficou meio intimidado e calou-se para sempre. Aí foi a vez da Rosa falar: vai Rodrigo, faz assim, faz assado, assim-assado...


Desenho de Gustav Klimt (1862-1918)

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

nos dentes

eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando tudo parecia acabado
eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando o mundo dizia que nada adiantava
eu sempre soube
sempre soube
mesmo sem ver a luz no fim do túnel
eu sempre soube
sempre soube
mesmo me sentindo derrotada
eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando ninguém acreditava em mim
eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando me sentia só
eu sempre soube
sempre soube
mesmo com o tesão ausente
eu sempre soube
sempre soube
mesmo desesperadamente descrente
eu sempre soube
sempre soube
mesmo sem paciência de esperar
eu sempre soube
sempre soube
Que a vida se agarra nos dentes.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

eleições

"O PSOL fará como a Carolina na janela?

...O exemplo da esquerda chilena é uma boa comparação à atual situação eleitoral brasileira . Apesar de a esquerda ter lançado uma candidatura, no 2º turno ficaram Sebastián Piñera, direita pinochetista, e Michelle Bachelet, da Concertação, uma coligação centrista no poder há vários anos. O Partido Comunista, de antemão, declarou sua oposição às duas candidaturas classificadas como neoliberais. A agremiação estabeleceu, no entanto , o objetivo central de derrotar a direita histórica , representada por Piñera. Apresentou um programa mínimo de 5 pontos a Bachelet,como pré-condição ao apoio eleitoral , mantida a oposição a seu eventual governo.A posição propiciou a radicalização das mobilizações democráticas e populares, intensas durante este primeiro ano de governo Bachelet.
(...)
Há duas possibilidades: manifestar-se claramente contra a candidatura da direita, apoiando criticamente Lula, ou lavar as mãos. A Carolina na janela, da música de Chico Buarque, foi a única que não viu o tempo passar. O PSOL ficará na janela (ou no muro?). Pelo sim, pelo não, o tempo político está passando." (Antônio Augusto. In Carta Maior).

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Thor



Thor, o deus nórdico. Será que ele, juntamente com Bruce Lee, também nos ajudaria a liderar uma revolução socialista?
Um martelo poderosíssimo ele já tem. Só falta quem dê a foice...

Teatro de Ruídos

Essa é uma história de uma sombra que se transformou num ruído. Gostaria de descrever exatamente como era esse ruído mas é impossível, apesar de reconhecível, vocês verão adiante o porquê. O máximo que posso lhes dizer, caros e caras, é que todo ruído é um som fora do contexto. Explicando melhor: se alguém está ouvindo música e o telefone toca, isso é um ruído. Outro exemplo: se pessoas estão conversando e alguém chega batendo bola no chão, isso é um ruído. Deu pra entender?

Mas a sombra não: sombra é uma “entidade” sempre dentro do contexto. A sombra sempre acompanha o seu dono, é uma espécie de espelho sem luz (apesar de depender da luz pra existir). A sombra é sempre fiel aos movimentos do seu parceiro inseparável. Só quando o sol está no zênite ou não há luz, ela se intimida. Mas essa sombra nasceu com espírito de rebeldia, anarquia, zombaria. Um determinado dia, ela estava um tanto preguiçosa e resolveu não acompanhar o seu dono, saiu totalmente do contexto. Ficou em casa, de pernas pro ar, deitada no sofá. Seu dono não gostou nadica de nada do seu comportamento e repreendeu-a. Outro dia ela estava bastante alvoroçada e saiu na frente sem esperar seu dono, novamente saiu do contexto e o dono, novamente, ficou danado com ela: “Ora, quem já se viu? Minha própria sombra passando adiante de mim. Era só o que faltava”.

Então a sombra começou a prestar atenção em certos ruídos. Ruído do computador, ruído de fax, ruído de motor, ruído de cadeira arrastando no chão, ruído de máquina de lavar roupa, ruído de descarga. Ah, são tantos ruídos urbanos. Ruídos que quase desaparecem ao anoitecer e assim se pode ouvir música mais baixinho no toca-discos. Mas aí com tanto silêncio assim-assado é possível ouvir o ruído da agulha no toca-discos. E também o ruído dos dedos arrastando nas cordas do violão. E foi exatamente por esse ruído que a sombra se apaixonou. Assim ela deixou de ser sombra e passou a ser também um ruído de arrastar de dedos nas cordas do violão. Passou a ser alguém, ops, quero dizer, algo. Imaterial, é verdade, mas independente do som que o violão produzia. Complementando-o, apesar de estar fora do contexto do pentagrama musical, da clave de sol, do dò ré mi fá sol...

Faz sol, e a sombra que virou ruído já não precisa seguir as regras do Astro Rei para existir e ser feliz. E depois de um tempo, totalmente adaptada à vida de ruído, criou, juntamente com seu companheiro ruído, um Teatro de Ruídos espetacular e de dar inveja à qualquer Teatro de Sombras que existe por aí. Mas por favor, não me peçam para explicar como funciona esse Teatro de Ruídos: ele é absolutamente inexplicável, só pode ser vivenciado.

neutralidade da rede ameaçada


Apesar do foco político no Brasil, este mês, ser a eleição presidencial, achei oportuno publicar um texto sobre um assunto que atinge a todos que se conectam a internet e também, indiretamente, àqueles que não têm acesso à rede, por se tratar de uma violação ao direito de expressão e comunicação. Sei que o artigo está um pouco defasado (junho/2006) mas não encontrei artigo mais atualizado sobre o assunto.

O desenho acima é do coletivo re:combo que realizou uma instalação inspirada na ameaça do fim da neutralidade da rede.

Eis o texto, na íntegra:

O fim da neutralidade da rede
Editoria: Comitê Gestor da Internet
19/Jun/2006 - 12:49

Apoiadas em seu poderoso lobby no Congresso americano, gigantescas operadoras norte-americanas de telecomunicações - como a AT&T, Verizon e Comcast - estão conseguindo mudanças de regras que desfiguram a internet como a conhecemos, em sua condição essencial de rede de comunicação livre, sem discriminações técnicas e aberta à inovação.
A nova lei trará, seguramente, prejuízos à sociedade americana (e ao mundo).

O projeto já foi aprovado pela Câmara dos Estados Unidos e está em fase de discussão final na Comissão de Comércio do Senado. É claro que essa ameaça pesa também sobre o mundo, pois a força do precedente repercutirá além das fronteiras americanas e poderá inspirar retrocesso semelhante, inclusive no Brasil. A advertência foi feita pelos professores Lawrence Lessig e Robert W. McChesney, das Universidades de Stanford e Illinois, respectivamente, em artigo publicado no jornal Washington Post, e transcrito pelo Estado, dia 12 de junho.

Tudo começou com a queda do princípio da neutralidade da rede, no ano passado, por decisão da Comissão Federal de Comunicações (FCC, de Federal Communications Commission) a agência reguladora americana. Esse princípio obriga as empresas de telefonia e de TV a cabo a darem tratamento técnico rigorosamente idêntico a todas as mensagens que circulem pelo sistema, sejam as geradas por provedores de conteúdo (sites e blogs), sejam por usuários de e-mail, abrindo aos interessados as portas da rede via provedores de acesso. Assim, além de manter o livre fluxo da comunicação online, cabe às teles e aos provedores garantirem que tudo na internet trafegue com a mesma rapidez, sem privilégios de espécie alguma.

Relembremos as origens da rede. Criada praticamente no início dos anos 1970, no auge da guerra fria, para a segurança e proteção de conteúdos estratégicos, armazenados em universidades, laboratórios e entidades públicas norte-americanas, a internet ganhou dimensões globais nos anos 1990, graças a dois inventos. O primeiro deles foi a criação, em 1973, do protocolo IP (Internet Protocol) de comunicação entre computadores, pelos engenheiros americanos Vinton Cerf e e Robert Kahn. O segundo avanço foi o desenvolvimento em 1990 da WWW (World Wide Web), a famosa teia mundial, pelo físico inglês Tim Berners-Lee, revolucionando o modo de navegação e apresentação de conteúdos, com a integração de textos e imagens, por meio de hyperlinks e conexões instantâneas, em linguagem HTML (Hypertext Markup Language).

Surpreendendo seus colegas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN, na sigla em francês), em Genebra, Berners-Lee decidiu ceder gratuitamente ao mundo seus direitos sobre o software da WWW. O altruísmo do pesquisador contrasta com a ganância atual das operadoras de telecomunicações americanas. Sua resposta aos colegas de pesquisa foi categórica: "Não preciso desses royalties. Por isso, eu os cedo gratuitamente à humanidade. É a minha contribuição à democratização e universalização da internet".

Além do princípio da neutralidade de tratamento tecnológico, outros fatores foram decisivos na expansão da internet, como, por exemplo, os investimentos altamente subsidiados feitos por governos e instituições militares de diversos países para a implantação e ampliação da rede. Foram esses subsídios que tornaram viável a utilização da web por milhões de usuários em todo o mundo, a custos particularmente baixos, formados praticamente pelos preços do acesso local a provedores e a conteúdos de sites, portais, blogs (sites interativos) e podcasts (com informações e entrevistas em áudio).

O crescimento do número de usuários da internet no mundo tem sido impressionante, impelido pelo protocolo IP, pela teia WWW e pelos softwares de navegação ou browsers (como Explorer, Netscape ou Safari). De pouco mais de 50 mil de usuários em 1991, a rede atingiu o primeiro bilhão em 2002 e 1,6 bilhão no final de 2005. Para 2010, estima-se que possa alcançar 3 bilhões de seres humanos e, em 2015, provavelmente 4 bilhões (quando a população do planeta deverá estar por volta de 7,2 bilhões).

Mesmo reconhecendo a existência de conteúdos de baixo nível, que devem ser reprimidos com o máximo rigor - em especial os que envolvem pedofilia, furto de identidade, fraudes, propaganda nazista e terrorismo -, o saldo de benefícios oferecidos pela internet nos últimos 15 anos é largamente compensador. A contenção da fraude e de abusos não pode justificar nenhum retrocesso quanto à abertura da rede e a neutralidade da rede perante os usuários.

Hoje, são os produtores e usuários que têm o controle e a posse de todas as informações na web, e não os eventuais operadores das redes que os conectam. A neutralidade da rede não pode, portanto, ser eliminada, porque é ela que assegura igualdade de tratamento a todo o conteúdo da internet, à mesma velocidade, sem qualquer discriminação. Essa é sua grande característica democrática.

Prepare-se para resistir, leitor.

Fonte:
O Estado de São Paulo

E eu acrescento: Prepare-se para combater, blogueiro!

O Cofrinho














Vocês sabiam que na Holanda é moda as garotas usarem a calça saint-tropez bem arriada aparecendo o "cofrinho"? Delícia para os marmanjos, hein?
Dá uma olhada. O desenho tá mal feito mas dá pra sacar, né?



Dibujo de sandra camurça




domingo, 15 de outubro de 2006

A Cobra



Ela estava sozinha já fazia um tempo mas Luanda sabia povoar sua solidão e adorava a fauna selvagem. Não, Luanda não criava cachorrinhos, nem gatinhos, nem passarinhos, muito menos hámsters. Ela domesticou uma cobra, uma cobra enorme. Levou alguns meses mas Luanda conseguiu, a cobra fazia tudo direitinho, rastejava, roçava, enroscava-se e penetrava sem picar. Sem picar? Bem...é... sim, ela “picava” e como picava! O ritual do acasalamento era sempre o mesmo, afinal sendo um animal, réptil irracional, domesticado, ela, a cobra, não saberia improvisar. Mas tudo bem, o importante é que a cobra aprendera a lição de casa...
Luanda se deitava na cama languidamente e chamava a cobra com sussurros ardentes: vem querida, quero sentir a dureza da tua carne me penetrar .Luanda fazia um sinal com as mãos e a cobra aproximava-se de sua dona rastejando. Luanda a acariciava e roçava seus lábios na cobra, lambia a cabeça do réptil, mordiscava e a cobra parecia ficar mais dura e ereta. Enroscava-se no corpo de Luanda, que gemia de prazer. Escorregadia, fazia rodeios e contornava, ancas, ventre, cintura, seios até subir à nuca, descia pela costas e passava por entre as nádegas de Luanda que abria as pernas voluptuosamente e deixava a cobra surgir na frente, entre suas coxas. E na umidade do sexo de Luanda a cobra roçava e forçava, até penetrar o vazio da carne intumescida da moça...




A foto é do portal oficial da Björk no Brasil (www.bjork.com.br)

eleições - o suor


Olha aí as mulheres do PT suando pra Lula vencer mais essa!

Dibujo de sandra camurça.

Ah, esqueci de dizer que qualquer desenho meu pode ser copiado, xerocado, customizado, rasgado, lambido, mordido, comido... ai, ui.

sábado, 14 de outubro de 2006

Poema de Improviso Nonsense

Mundo pequeno cabe num cubo
cabe na cabeça que gira roda
rola idéia que se dissolve com um grão
de não sentido vão na noite vasta pluma que
flutua na imen si dão do ar atmosférico
da grande bola mundo cão.

Mundo cão tão grande tão pequeno
sal eno salina doce de tão bão marinho
sal remo no capibaribe são sonho
de xié nadando rio à toa à loa aloha!

Paisagens sonoras no mundo desvão
Desvairado sob o que é som experimentado
Vasto ranger na margem que erra berra
Assim que à noite a lua se alumia
Brilha estrela guia.

Tão longe, tão perto. Mundo pequeno de amores vastos
em reentrâncias doidas nos recôncavos fundos da vida
que se agita em carne na carne dura que se precipita
nas profundezas do oceano fluido de paixões sem razões
típicas. Tópicos das flores de orvalho úmido. Tão pouco
cresce e aparece assim- assim...

Recombeira sem eira na beira-mar Del Chifre.
Já pego Jah o chocolate e o cachorro late do lado morto de fome-cão
e a sede que na beira-mar é de dar lampejo nos óio vermelho que óculos disfarça
mas ora enfim mais vale um copo d’água depois de um doce
que dois copos d’água de bandeja.

São sim são arvoredo do medo que gela e congela
o frágil demente na mente doida que vê e não sabe
o que foi aquilo que acontecia quando adoecia
de tão quente febre inerte na cama fria de sombria
noite azia pura pura pura...

E eu disse que assim ficava feio creio no absurdo
mudo da vasta teia do a guiar multidão de doidos
sem pé nem cabeça pra sentir fremir os eixos seixos
escorregadios e sentindo vejo as verdades que são
muitas e mudas e eclode o grito no passeio da metrópole.

E o mundo pequeno é tão cheio de surpresas presas
no entusiasmado amado. Ciclone visto do lado de cima
da encosta torta vastidão de medo da queda após a dança
do açoite diário do escravo urbano desempregado.
Flagelo auxílio-desamparo paro paro no meio do verso
Nu.

E assim no mundo grande eu comecei em mim
saboreando o prazer egoísta da solidão voluntária.

Nada mais... momentos voláteis que se
esvaem com o tempo e alguém já disse: nada como um dia
após o outro. E o dia passa como tudo na vida mas
nem tudo na vida nada. E tudo é tudo.

E eis que o gemido de prazer na ceia do amor tonteia
quem sente o sumo escorregar na corrente de ardor
dos amantes afoitos... lava rente de furor no suor quente
do ápice do ritmo lunático dos enlouquecidos
de felicidade...

eleições

Modernidade e Inteligência

Em recente pesquisa Data Folha, eleitores questionados sobre qualidades e defeitos dos 2 candidatos (Lula e Alckmin), Lula ganhou em vários itens, incluindo aí: mais democrático, mais experiente, mais corajoso, honesto, realizador. No entanto, Alckmin venceu em inteligência e modernidade.
É incrível como o poder da imagem somado aos preconceitos das pessoas, desvirtua o significado do que seja moderno e inteligente. Alckmin é moderno? Só se for por causa de seus “contatos” com a Daslu. Fashion ele, não? Alckmin é mais inteligente que Lula? Não creio. Lula tem uma capacidade de negociação, de comunicação, de argumentação, de articulação (por favor, não me refiro a tendência petista de mesmo nome), de planejamento e improvisação, formidável! Isso é inteligência, isso é sabedoria, aprendida na prática, desde a época em que era líder sindical no ABCD paulista, e tinha que negociar salários e greves com os patrões. Ali se fez um homem político e depois tornou-se político profissional, como deputado. Já Alckmin não tem tanta “estrada”, não precisou gastar muitos neurônios pra chegar onde chegou. Inteligência não é sinônimo de erudição. Alckmin pode até ter lido mais livros que Lula mas isso não faz dele mais sábio, nem mais inteligente que Lula. Mas voltando ao quesito modernidade... Como pode ser considerado moderno um homem que faz parte da Opus Dei? Hein? Pelamordedeus, ACORDA, POVO!

Mulheres Camponesas






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O PT APÓIA O MOVIMENTO DAS MULHERES CAMPONESAS

“Para os capitalistas, a terra, as águas, as sementes, o ar, as matas são recursos que devem ser explorados conforme seus interesses econômicos. Para nós, camponesas e camponeses, estes elementos da natureza são a base da vida, são riquezas que não tem preço, por isso não podem ser mercantilizadas. Em nome do desenvolvimento, do progresso e da modernidade, o capitalismo avança sobre o mundo desrespeitando limites, leis, colocando em risco a vida de todos os seres vivos, inclusive da humanidade” (TRECHO DO MANIFESTO DAS MULHERES CAMPONESAS. In www.pt.org.br) .

PS: a logomarca das mulheres da via campesina é bonita mas completamente fora da realidade, idealizada. Sou bastante crítica com relação a esse tipo de tratamento dado à imagem feminina. Uma mulher do campo não tem essa beleza greco-romana. Mas vá lá, coloquei assim mesmo a marca pelo apoio de "total solidariedade..."

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Subcomandante Marcos



Aaaaah... Só pra matar a saudade dos ojos do Sub Marcos que ficaram lá no nganga. Lá vai um das frases mais bacanas do El Sub...




"Marcos é gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa, hispânico em San Isidro, anarquista na Espanha, palestino em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal, rockero na cidade universitária, judeu na Alemanha, feminista nos partidos políticos, comunista no pós-guerra fria, pacifista na Bósnia, artista sem galeria e sem portfólio, dona de casa num sábado à tarde, jornalista nas páginas anteriores do jornal, mulher no metropolitano depois das 22h, camponês sem terra, editor marginal, operário sem trabalho, médico sem consultório, escritor sem livros e sem leitores e, sobretudo, zapatista no Sudoeste do México. Enfim, Marcos é um ser humano qualquer neste mundo. Marcos é todas as minorias intoleradas, oprimidas, resistindo, exploradas, dizendo ¡Ya basta! Todas as minorias na hora de falar e maiorias na hora de se calar e aguentar. Todos os intolerados buscando uma palavra, sua palavra. Tudo que incomoda o poder e as boas consciências, este é Marcos."
Subcomandante Marcos

eleições

"Em primeiro lugar, queria dizer que temos a obrigação de tomar um lado, de não ficarmos neutros neste segundo turno, a não ser que a opção fosse entre Hitler e Stalin. Mas, num momento como este, é extremamente importante nos conscientizarmos de que o voto nulo é uma fuga a uma tomada de decisão, principalmente num País como o nosso, no qual a construção da democracia ainda é uma tarefa árdua. Não é possível que se diga que não há escolha, que não há opção, que é tudo farinha do mesmo saco. Isso não é verdade. É preciso ter claro não apenas a figura do candidato, porque ninguém se elege sozinho e, menos ainda, governa sozinha; é importante olhar o que significa um lado e o que significa o outro. Depois dos últimos resultados, e com a exploração de escândalos, tenho ouvido muita gente dizer que não percebe quais seriam as diferenças. Mas isso não é verdade em nenhum ponto de análise. Mesmo para mim, que fui e continuo sendo muito crítica da política macroeconômica do governo Lula, reconheço que há grandes e importantes diferenças entre um lado e outro" (Maria Victoria Benevides, socióloga da USP. In Agência Carta Maior)

Kung Fu



Não me perguntem porque eu publiquei uma foto do Bruce Lee.
Bem, talvez pudéssemos fazer uma revolução socialista, sem armas, só na base do kung Fu. Que tal?

capa de cd




Rararararara, consegui. Consegui publicar aqui nesse blog um desenho que eu fiz no paint. O blog bol não aceitava esse tipo de arquivo. Que maravilha! Oh, e também posso escrever ao lado do desenho (esquerda, direita, centralizado). Que coisa!
Moçada não leva a mal, viu? Tô em fase de adaptação nesse novo blog. O desenho acima é uma capa de cd que eu fiz para o coletivo re:combo. Mas eles nunca utilizaram porque também nunca lançaram cd. He he he he... Somos (re:combo) a favor do copyleft e  muito críticos sobre a relação das gravadoras com seus artistas. O pessoal fala mal da pirataria mas qual é o neguinho que tem condições de comprar um cd, hein?
Fala sério...

re:começo

Pois é, casa nova. A outra "casa" não comportava mais tanta quinquilharia. Fui tentar postar hoje e surgiu a mensagem que o espaço de postagem se esgotara. Putz!

Mas ora, enfim, o negócio é me adaptar a essa nova casa que me pareceu simpática, essas bolinhas me lembraram a década de 60 ou luzes de discoteca do final da década de 70 mas falta psicodelia nas cores . Tem uma coisa bem negativa: a presença do "ingrês". Se ao menos fosse espanhol... Tô me sentindo meio norte-americanizada. Urgh!!!

Para quem não me "conhece", pode acessar o meu blog anterior: nganga________adoro manga (
www.sandra68.zip.net).

Bem, é tudo. E vou tentando me adaptar...

Beijos!

PS: Ah, também tenho um amigo que posta de vez em quando comigo, o nome dele é Ernesto Gamuza.