segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Touche pas à mon pote!



Forças de paz ou forças de repressão?
- uma contra-informação


" A situação é dez vezes pior do que imaginava. Ouvindo uma rádio do Haiti e conversando com amigos jornalistas que estão lá, o cenário é desolador e revoltante. A polícia nacional e as forças de paz estão atirando nas pessoas que vão buscar comida nos hospitais. Estão abrindo fogo contra o povo faminto" (Franck Seguy, professor haitiano)

Franck Seguy e sua esposa, Michaelle Desroisers, são professores da Universidade Estadual do Haiti. Ambos acabaram de concluir mestrado na área de serviço social na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e estavam prontos para voltar ao Haiti, quando souberam do terremoto.

Foto de Franck Seguy, citação e informações: Jornal do Commercio, Recife, 16 de janeiro de 2010.


PS: a expressão francesa que dá nome a esta postagem é o
slogan do movimento SOS Racismo da França e significa, em bom brasileiro, algo como: "Não mexa com meu companheiro!"

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

da indignação

Quando eu tinha por volta dos meus 20 e poucos, até 30 e poucos anos, em ano eleitoral, era capaz de arrumar uma discussão com qualquer pessoa desconhecida que falasse mal do meu candidato e da esquerda. Isso acontecia, basicamente, dentro de algum ônibus urbano, enquanto ouvia a conversa entre dois sujeitos ou duas comadres com aquele tipo de papo conservador e reacionário. De repente meu sangue começava a esquentar até entrar em ebulição. Dizia para mim mesma que daquela vez iria me controlar, mas não tinha jeito, acabava me metendo na conversa com um estilo, digamos: "hay que endurecerse pero sin perder la ternura...". Com o passar dos anos me tornei menos impulsiva mas não menos indignada: Se o Amor é aquele que conhece a Verdade, o Ódio é aquele que pode tomar de assalto a Mentira.

Ando extremamente irritada com a maneira que a imprensa corporativa vem tratando de maneira superficial e parcial - o que não é novidade - a polêmica sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH). Meu aborrecimento chegou a tal ponto que noite passada acordei sobressaltada de um sonho bastante realista no qual brigava com um passageiro de ônibus que criticava o governo exatamente por causa do dito Plano. Remeti-me imediatamente aos meus anos impulsivos... Mas voltando à polêmica, me irrita ver a imprensa falando que "o Plano tem críticas de diversos setores da sociedade" sem deixar claro que esses "diversos setores da sociedade" são apenas a própria imprensa corporativa, a Igreja, os militares, os ruralistas e evidentemente a oposição (leia-se PSDB e DEM), ou seja, as forças mais anti-democráticas e avessas à liberdade, aqueles que sempre estiveram no poder. Enquanto isso, Ongs e entidades de direitos humanos apóiam o PNDH e estão lutando para que não sofra alterações.

Pois bem, estamos em ano eleitoral, Lula já disse que não será o "Lulinha Paz e Amor" na próxima eleição. Espero que assim seja, desde já: Um pouco de Ódio é sempre bem-vindo.