segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

provocar asas

por Rubens Pesenti e Cisco Zappa (in: cisco zappa: nasciclovias insurgentes e brincriativas)
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já teve gente que se suicidou com um poema... o cara era ossip mandelstam, que provocou a ira dos bigodes de stalin e tirou férias perpétuas num campo na sibéria.
isso me lembrou o hakim bey quando diz: “no oriente, às vezes os poetas são presos - uma espécie de elogio, já que sugere que o autor fez algo tão real quanto um roubo, um estupro ou uma revolução.”
a gente sabe que poema não é brincadeira, mas é.
é também o lúdico, porque o riso é bomba, é arma, e ama. o riso ama porque vem da barriga e tudo que nasce na barriga se espalha (até lombriga).
por isso poetar é adubar o humor e o sarcasmo, o sismo e o espasmo. damos a mão à espasmatória, ficamos de boca aberta e babamos letra, ainda que ela seja desenhada no concreto ou desdenhada pelo cabresto.
poetar, manos, é conceito. não é ver o defeito, é ver o rumo.
é fugir da polícia do consumo... aquela que diz pra você andar na linha (férrea) e depois te ferra.
é um exercício de se dispôr/despir na roda e dizer: não é mais só (m)eu.
e isso incomoda, coça, penica. dá diarréia no ego.
e por isso queremos mais disso e daquilo que ainda não sabemos.
porque o desconhecido vale a vertigem (o vertigo, como dizem os nossos hermanos poetalatinos).
arriscar o que não é de domínio, o que não se domina, o que desnomeia a oficialidade.
colocar na prática o amor que se discursa, a partilha que se excusa, a liberdade que se engasga... aqui é a casa.
aqui é a asa.
se nós, e cada um, estendemos esticamos elasticamos voamos isso além dos jardins da casa, ela não tem mais divisa... e é isso que queremos: perde-la de vista.
esse é o tesão.
viva e ri do reto!

rubens pesenti e cisco zappa batendo asas
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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Amanda: a mais nova princesinha da família!





Sei que sou suspeitíssima, afinal sou uma tia supercoruja. Mas essa menina é a coisa mais linda de mô deus! O nome dela é Amanda, filha de uma das minhas primas mais queridas, Andrea, que mora há alguns anos nos Isteites (seu companheiro é estadunidense). Por isso já me considero tia dessa garota. Ainda não a conheço pessoalmente mas vou conhecer, ainda este ano! Amanda completou recentemente 2 aninhos e essas fotos são do seu aniversário. Tem muito mais, inclusive da decoração da festa, uma superprodução da Andrea.

Feliz Aniversário, Amandinha!!! E muitos anos de vida, princesa!!!
Beijos e cheiros da tia Sandra!


Segue a Ciranda da Bailarina (Chico Buarque), versão Adriana "Partimpim" Calcanhotto para a Amandinha :D






sábado, 11 de fevereiro de 2012

recuerdos de fita k-7 e o novo visu


Creio que a maioria de vocês, assim como eu, são da geração do LP e fita k-7. Desta última sempre tive várias, porque quando faltava grana pra comprar o vinil, eu gravava as músicas das rádios em fita virgem, e lá em casa sempre se escutou muito rádio. Ainda hoje tenho umas k-7 guardadas, tanto fitas virgens que gravei, quanto fitas de álbuns. Tem umas que se desgastaram totalmente de tanto ouvir.

Esse papo pode parecer meio demodê mas o fato é que sempre gostei de umas velharias e objetos obsoletos.

Às vezes dá saudade da época em que o disco apresentava uns chiados e engachava. E tinha aquela coisa da gente ter que mudar de lado (lado A, lado B). Havia tempo pra tudo... E quando a fita k-7 enrolava dentro do deck da radiola? Era chato pra caramba mas eu tinha a maior paciência de tirar com calma pra não se partir e depois, com a caneta bic, enrolar todinha de novo até ela entrar totalmente no suporte. E o legal da k-7 é que a gente podia levar pra todo lugar: casa de praia, acampamento. E quando surgiu aparelho de som com dois decks? Podia gravar de fita pra fita, foi o máximo! Era um tempo bom, aquele... (sessão nostalgia, essa, hein?!).

Tudo bem, sei que hoje tem cd, mp3 e tal mas a fitinha k-7 era muito bacaninha. Lembro que em uma das edições da revista de música Bizz, na década de 80, veio umas capinhas com desenhos bem legais pra colocar em caixinhas de fitas k-7. Eu adorei, claro! E os vinis, nem se fala, né? Ter a arte de Physical Graffiti do Led Zeppelin no tamanho 30cm x 30cm é outra história... Eu tenho!

Pois bem, devido a minha paixão por música e objetos obsoletos, mudei o visual do blog. Encontrei uns desenhos de fitas k-7 na web, dei uns efeitos no Picasa e ficou assim, bacaninha, não? Eu curto. Daí me lembrei dessa arte que já tinha visto na web feita com fita K-7, da artista Erika Simmons. De cara escolhi o Jimi Hendrix porque amo demais esse artista (no flickr da Erika tem mais artistas feitos com fita k-7). Depois dei esse efeito de papel amassado e manchado, escolhi essa letra mal pintada - adoro essa aparência meio suja, mal feita, parecendo coisa velha, usada - e pronto, eis o novo visu do blog! Até o dia em que resolver mudar de novo.

Para encerrar esta postagem segue uma música do Hendrix que amo, entre tantas outras...

Little wing by Jimi Hendrix on Grooveshark

Ah, não podia deixar de dizer: minha segunda audição de Chico Science & Nação Zumbi (a primeira foi em um show na Soparia - um bar local) foi através de uma fita demo com um som muito tosco de um show ao vivo. Depois de alguns meses a CSNZ estaria gravando seu primeiro cd. Que orgulho!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

entrevista com Fábio Trummer



Encontrei essa entrevista com o Fábio Trummer, vocalista da banda Eddie. Nada demais, trata-se de um depoimento pessoal sobre o carnaval de Recife/Olinda, mas gostei um bocado.

Segue abaixo um frevinho da banda, bem no estilo olindense de fazer essa festa que é o carnaval.
Obs.: ouçam com atenção a letra de extrema profundidade.


Vida boa by Eddie on Grooveshark


Queridos Pituleira e Roberto, acho que essa música cai como uma luva pra tocar na troça do Bar de Ferreirinha! :)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

som de veraneio!


O Saldo da Gloria by Eddie on Grooveshark

A banda mais riléquis, despretensiosa e desencanada que eu conheço. A Eddie lançou no final do ano passado seu quinto disco, Veraneio, que só comecei a escutar hoje.

Com um clima ensolarado, diferente do disco anterior, Carnaval no Inferno (sobre o qual falei aqui), Veraneio tem participações de Otto, Karina Buhr, DJ Dolores, entre outros.

Curto demais essa banda de Olinda que mantém uma relação bacana com o frevo, a ponto de reinventá-lo. Até costumo dizer que a Eddie faz um pop-frevo-rock ou uma surf-frevo music mas pra tocar aqui eu trouxe o reggae O Saldo da Glória. Fábio Trummer cantando em falsete nesta faixa ficou maravilhoso! Abaixo segue a letra pra cantar junto...rs...

O Saldo da Glória 
(letra: Fabio Trummer, Otto/ Musica: Robi Meira , Kiko Meira)

Na revolta desse mundo
Vejo revolucionário em tudo
No texto enviesado
No tempo desconstruído
No gosto pelo perdido


No que é dado e no retribuído
No de agrado e no que foi merecido
Em cada centavo, pago a hora
Todos os meses vendidos
Somando, nada faz sentido


Só ando descalço, eu não perco um abraço, só faço o que faço
Era tudo abstrato e não mexa comigo, eu lhe furo o umbigo e de graça você perde a raça


Quanto Gastei pela glória? Quanto gastei pela glória?
Quanto custou cada vitória?
Quanto custa a vitoria eu não sei mas está bem acima da lei que eu fiquei


Vou indo um abraço, não paro o percalço, não para comigo, me faz um abrigo, um pedido, um aliso, um grito
e pega essa hora já passa das 11, cadê a policia?
Vou viver da glória...

Fabio Trummer - Guitarra e voz
Robi Meira - Baixo
Kiko Meira - bateria
Alexandre Urêa - percussão
Andrét Oliveira - Teclados

Participações:
• Otto – Voz;
• Karina Buhr – Backing vocal....

O disco tá massa! Quem quiser ouvir todinho (ou baixar), acesse http://bandaeddie.com.br/