quarta-feira, 23 de outubro de 2013

nacos



carregava uns nacos de nuvem embaixo dos braços como se fossem pães que acabara de comprar na padaria.
passava dias com aqueles nacos imaginando chuvas e trovoadas. pendurava-os pelas portas, janelas, cabides, esperando algum tipo de precipitação mas a precipitação não vinha, a trovoada não vinha, o amor não vinha, nem aquela moça vinha.
então vinha de repente uma calma, uma espécie de iluminação, uma canção bonita vinha e umedecia seus sonhos despertos. seus olhos de chuva desabotoavam e ele sorria com os nacos de nuvem agora ensopados em suas mãos.




Um comentário:

BAR DO BARDO disse...

pão para quem quer sonho e vice-versa